1 Cruzeiro da Itália 17.01.12 6:42
Sr. Walker
Moderador
As equipes de resgate provocaram explosões controladas nesta
terça-feira (17) para entrar no navio de cruzeiro acidentado na costa
da Itália,
numa busca desesperada por sobreviventes, logo após as autoridades
terem elevado para 29 o número de pessoas desaparecidas durante o
acidente.
As duas explosões foram realizadas logo cedo para permitir que
mergulhadores e bombeiros entrassem em partes da embarcação às quais
ainda não tinham tido acesso.
O acidente deixou seis mortos e pelo menos 60 feridos.
Navio é visto a partir da ilha italiana de Giglio na noite desta segunda-feira (16) (Foto: AP)
Os proprietários do Costa Concordia atribuíram a culpa ao
comandante do navio, que na noite de sexta-feira teria se aproximado
demais da ilha de Giglio, na costa oeste italiana, para "saudar" a
população local.
Ele nega culpa e afirma que tentou salvar o barco de um desastre pior.
A embarcação de 114,5 mil toneladas deslizou na segunda-feira um
pouco sobre as pedras, ameaçando jogar toda a sua gigantesca carcaça e
2.300 toneladas de combustível para o fundo do mar, numa região que é
uma reserva ecológica, que está sob risco ambiental.
O navio está virado de lado, com um grande rombo aparente acima da linha da água.
Seguiam desaparecidos 4 tripulantes e 25 passageiros, três dias
após o naufrágio do navio a 40 quilômetros da costa italiana. Antes, as
autoridades falavam em cerca de 15 desaparecidos.
Entre os 25 sumidos, estariam 10 alemães e 6 italianos.sumidos.
Emergência ambiental
O ministro do Ambiente
da Itália, Corrado Clini, disse na segunda que vai declarar estado de
emergência por conta do naufrágio do cruzeiro.
Isso permitirá a liberação de verbas federais para tentar evitar um desastre ambiental na região do desastre no Mar Tirreno.
Clini disse que material líquido começou a vazar do navio, que está
encalhado e inclinado em mais de 80 graus próximo à pequena ilha de
Giglio.
Foto submarina mostra rombo no casco do Costa Concordia (Foto: Reuters)
Mas ainda não está claro se se trata de combustível.
Ele disse que, por precaução, barreiras de proteção estão sendo colocadas no lugar.
O navio de cruzeiro tem em seus tanques 2.380 toneladas de combustível, segundo a Costa Cruzeiros.
Sobreviventes
No domingo, três pessoas foram retiradas com vida de dentro da embarcação parcialmente submersa.
Havia 57 brasileiros a bordo, segundo o Itamaraty, mas não há registros que haja brasileiros mortos, feridos ou desaparecidos.
'Bomba ecológica'
"Temos uma bomba ecológica
no interior do transatlântico naufragado", disse à France Presse Sergio
Ortelli, prefeito da pequena ilha da Toscana.
Após a pesquisa de sobreviventes eventuais ou corpos de vítimas, a segurança do navio é a segunda preocupação dos socorristas.
"Espero que o combustível possa ser bombeado e que o transatlântico
possa ser deslocado, porque perturba a navegação", acrescentou o
prefeito de Giglio.
A Ilha de Giglio é conhecida por suas minúsculas angras rochosas e seu charme rústico.
A população, que não passa de 800 moradores no inverno, sobe para 5.000 pessoas durante o verão, com a chegada dos turistas.
A zona marítima em torno da ilha é também um santuário das baleias.
Os dirigentes locais pedem a aprovação de novas regras impondo
limites mais estritos à navegação nessa região e, principalmente, o fim
da tradição do "l'inchino" (reverência) seguida pelos grandes navios
que passam perto da ilha.
A Guarda Costeira ordenou ao proprietário do navio, a companhia
Costa Cruzeiros, que "retire os destroços do navio e evite que caia uma
só gota de petróleo no mar", declarou Filippo Marini, do serviço de
imprensa da Guarda Costeira local.
Uma equipe de especialistas da empresa holandesa Smit&Salvage e
da americana Titan Salvage estão no local para estudar os meios de
colocar o navio em segurança.
Uma delas declarou, sob anonimato, que o bombeamento do combustível
não poderá começar logo no início da semana, porque o equipamento
necessário ainda não chegou.
Segundo um dos trabalhadores, retirar o navio de cerca de 115 mil
toneladas poderia levar semanas, mas excluiu a possibilidade de
cortá-lo em partes no local.