São Paulo - Cientistas descobriram nas profundezas do Oceano Antártico vinte e três novas espécies de animais habitando o ambiente quente e escuro em torno de fontes hidrotermais.

Esse ecossistema é dominado por uma espécie de caranguejo peludo, além de outros crustáceos, moluscos como lapas e caramujos, anêmonas do mar e até mesmo polvos, relatam os pesquisadores na revista PLoS Biology. Alex Rogers, biólogo marinho da Universidade de Oxford que participou da expedição, diz que mais espécies devem ser descobertas quando o material coletado for melhor avaliado."O que encontramos foi uma comunidade de aspecto muito diferente de qualquer outra", diz Rogers.

Nas fontes da Antártida não havia a fauna que em geral se encontra nas fontes hidrotermais nos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico, como vermes de tubo, mexilhões e camarões."Esperávamos ver alguns deles", disse Rogers. "Mas as duras condições do Oceano Antártico provavelmente impedem que alguns desses animais sobrevivam ali."

Os pesquisadores utilizaram um veículo remotamente controlado, o qual mergulhou a cerca de dois quilômetros e meio de profundidade para conseguir imagens e amostras do solo marinho.

A temperatura da água a essa profundidade está pouco acima de 0º C, mas os fluidos que escapam das fontes hidrotermais podem chegar a 380º C. "Nenhum animal consegue sobreviver a essa temperatura, então, eles tendem a viver entre os dois ambientes", explica Rogers. A maior concentração de animais foi encontrada nas águas que estavam entre 10 e 27 º C.

Em todo o mundo, mais de 70 espécies foram descobertas próximo a fontes hidrotermais. Estima-se que três quartos delas ocorram apenas nessas regiões, diz Rogers, pois dependem de substâncias químicas emitidas pelas fontes, como o sulfeto de hidrogênio."Essas comunidades são especiais porque elas dependem mais da energia química que da energia solar", explica o cientista.

Fonte:
Info.Abril
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