EduardoWenes ツ
Fundador
Um fantasma que parecia exorcizado volta a rondar o Corinthians. Depois de perder de virada para o Santos e cair de primeiro para terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, o time enfrenta o vice-líder São Paulo, quarta-feira, às 21h50m, no Morumbi. Em meio a bons resultados nos últimos duelos, como a goleada por 5 a 0 pelo primeiro turno, há também um vasto histórico de mudanças de treinador após partidas contra o rival.
Desde o primeiro confronto entre eles, 15 treinadores deixaram o cargo depois de resultados não satisfatórios diante do São Paulo. A lista é vasta e já atingiu o próprio técnico Tite, em 2004. Agora, ele volta a estar na mira por causa dos últimos resultados ruins na briga pelo título nacional, enfrentando a fúria de parte da torcida, que gostaria que ele tivesse perdido o emprego após a derrota para o Santos.
- Isso (demissão), quando é resolvido, não é do dia para a noite. É algo que vem caminhando. Não é por causa do clássico - explicou o gerente de futebol Edu Gaspar.
Coincidência ou não, muitos treinadores não resistiram à pressão em decorrência de placares ruins contra o São Paulo. O primeiro deles foi o argentino Joseph Tiger, em 1944, ao levar 4 a 0 do rival, ficando sem chances de título estadual. Outro “hermano” sem emprego foi Daniel Passarella, demitido em decorrência de uma goleada por 5 a 1, em 2005, durante a conturbada parceria com a MSI.
Na maioria das vezes, não foi preciso perder por uma grande diferença de gols para a direção optar por alterações no comando do futebol. Em 1954, Rato perdeu o emprego com um revés de apenas 1 a 0. Já em 1957, Oswaldo Brandão disse adeus por causa de um 3 a 1, resultado parecido ao que aconteceu em 1961 com João Lima (3 a 2).
Houve ano em que mais de um treinador perdeu deixou o cargo. Em 2006, Antônio Lopes acabou fora do clube ao perder por 2 a 1. Pouco mais de dois meses em seguida, Ademar Braga, auxiliar que havia sido efetivado, também saiu com uma derrota por 3 a 1 - depois dele, mais ninguém caiu contra o São Paulo.
Tite corre o risco de sair do Corinthians pela segunda vez após duelos contra o Tricolor paulista. Isso só aconteceu com Dino Sani, em 1970 e 75. O atual comandante, porém, tem a seu lado o fato de ter pedido demissão. Na ocasião, o Alvinegro perdeu por 1 a 0, no Morumbi, em partida que o lateral-direito Coelho desperdiçou um pênalti nos minutos finais. Após o jogo, o iraniano Kia Joorabchian invadiu o vestiário para tirar satisfação com o treinador por considerar que o argentino Tevez, ídolo da torcida e maior contratação da época, deveria ter efetuado a cobrança. Irritado, o técnico se desligou do clube.
Desta vez, Tite perdeu a confiança da torcida, mas conta com o apoio do presidente Andrés Sanches, que prometeu mantê-lo até o fim de seu mandato, em dezembro. Nos bastidores, apesar da pressão de conselheiros, aliados garantem que o mandatário jamais demitiria o treinador contra o São Paulo para evitar provocações de seu rival Juvenal Juvêncio.
- O presidente já deixou claro (que Tite não cai). Obviamente, ficamos chateados, porém, ele está fazendo bem o trabalho. Faz parte esse tipo de cobrança - finalizou Edu.